O petisco
La no topo do morro da neblina tem um bar, bar não! Um belo e já famoso restaurante. O bar foi inaugurado pelo Espanhol Severino, um dos primeiros comerciantes que ali se estalou, um visionário. Ali chegou acompanhado de João, amigo que conhecera no cais do porto, que ali nascera. A bela amizade fortaleceu a idéia de Severino se fixar-se como comerciante no morro. Ao passar dos anos e qualidade de seus petiscos, obteve sucesso. Hoje o bar tem o nome, fôlego da neblina. Onde o saboroso petisco, “criação espanhola” como afirmava o comerciante, atrai os clientes locais e também os turistas, que sobe o morro para visualizar a bela paisagem e fazer trilha na mata atlântica. Os moradores e os visitantes que freqüenta o restaurante alem, das comidas, se encantam com o samba de raiz ao som dos instrumentos artesanais.
Em pensar que todo esse sucesso esteve ameaçado. Um gari morador, também cliente assíduo chegou esbravejando no restaurante, antes mesmo do horário para abrir as porta ao público.
_Espanhol desgraçado!Eu recolhi o lixo da sua casa eu...
_calma fala baixo!
_calma!
_O que esta acontecendo aqui? Estar nervoso amigo?
_Não é pra ficar Pedro? Esse Severino canalha, ele tem uma criação, e um abatedouro em casa, eu vi no lixo...
_Calma Jorge, seu trabalho é de suma importância...
_Não é nada disso... Vou esfolar esse gringo safado!
A bagunça estava formada, Jorge nervoso, não conseguia se explicar, o espanhol suando frio tentava, mas só tremia Pedro tomando pé da situação, também ficou enfezado com Severino. Foi ai que chegou Luis acompanhado de dona Sebastiana, presidente da associação de moradores, os dois conseguiram por ordem na discursão.
_Dona Sebastiana é um mal entendido, o Jorge...
_Calma Severino, deixa o nosso amigo gari falar.
_Obrigado; bem eu recolhi o lixo da casa do espanhol, estranhei toda vez, os sacos estavam bem amarrados e molhados com creolina, ao abrir qual foi a minha surpresa?...
_Já sei. Vou lembrar, a todos vocês...
_O dona... Não e certo, enganar todo mundo assim, até os turistas.
_Vocês, sempre saborearam o mesmo petisco em minha casa, receita do meu pai João lembram?Ele que passou a receita para o espanhol.
_para acabar com a confusão vou passar a receita á todos vocês.
_Mas, isso é um absurdo! Toda clientela enganada, vou avisar a toda comunidade do morro, botar a boca no mundo!
_Jorge você quer fechar o, fôlego da neblina, e os empregados?
_E a loja de artesanato de sua irmã?
_ E o nosso samba de mesa?
_ E os projetos da associação?Ex: escola de guia turística, reflorestamento, creche e todos os tipos de comercio local, que os visitantes vêm procurar.
_ porra Luis, assim o culpado sou eu.
_É isso Luis, falou bem.
_Não Severino, ele esta certo, mas vivemos num mundo capitalista e todo aqui no morro vive direta ou indiretamente do sucesso desses petiscos.
_Bem; para amenizar, vou passar a receita do pai João para vocês, apreciador de uma boa carne.
_Bem; o espanhol Severino tem que sofre uma punição.
- Que isso agora?