sábado, 4 de dezembro de 2010

O petsco

O petisco

La no topo do morro da neblina tem um bar, bar não! Um belo e já famoso restaurante. O bar foi inaugurado pelo Espanhol Severino, um dos primeiros comerciantes que ali se estalou, um visionário. Ali chegou acompanhado de João, amigo que conhecera no cais do porto, que ali nascera. A bela amizade fortaleceu a idéia de Severino se fixar-se como comerciante no morro. Ao passar dos anos e qualidade de seus petiscos, obteve sucesso. Hoje o bar tem o nome, fôlego da neblina. Onde o saboroso petisco, “criação espanhola” como afirmava o comerciante, atrai os clientes locais e também os turistas, que sobe o morro para visualizar a bela paisagem e fazer trilha na mata atlântica. Os moradores e os visitantes que freqüenta o restaurante alem, das comidas, se encantam com o samba de raiz ao som dos instrumentos artesanais.

Em pensar que todo esse sucesso esteve ameaçado. Um gari morador, também cliente assíduo chegou esbravejando no restaurante, antes mesmo do horário para abrir as porta ao público.

_Espanhol desgraçado!Eu recolhi o lixo da sua casa eu...

_calma fala baixo!

_calma!

_O que esta acontecendo aqui? Estar nervoso amigo?

_Não é pra ficar Pedro? Esse Severino canalha, ele tem uma criação, e um abatedouro em casa, eu vi no lixo...

_Calma Jorge, seu trabalho é de suma importância...

_Não é nada disso... Vou esfolar esse gringo safado!

A bagunça estava formada, Jorge nervoso, não conseguia se explicar, o espanhol suando frio tentava, mas só tremia Pedro tomando pé da situação, também ficou enfezado com Severino. Foi ai que chegou Luis acompanhado de dona Sebastiana, presidente da associação de moradores, os dois conseguiram por ordem na discursão.

_Dona Sebastiana é um mal entendido, o Jorge...

_Calma Severino, deixa o nosso amigo gari falar.

_Obrigado; bem eu recolhi o lixo da casa do espanhol, estranhei toda vez, os sacos estavam bem amarrados e molhados com creolina, ao abrir qual foi a minha surpresa?...

_Já sei. Vou lembrar, a todos vocês...

_O dona... Não e certo, enganar todo mundo assim, até os turistas.

_Vocês, sempre saborearam o mesmo petisco em minha casa, receita do meu pai João lembram?Ele que passou a receita para o espanhol.

_para acabar com a confusão vou passar a receita á todos vocês.

_Mas, isso é um absurdo! Toda clientela enganada, vou avisar a toda comunidade do morro, botar a boca no mundo!

_Jorge você quer fechar o, fôlego da neblina, e os empregados?

_E a loja de artesanato de sua irmã?

_ E o nosso samba de mesa?

_ E os projetos da associação?Ex: escola de guia turística, reflorestamento, creche e todos os tipos de comercio local, que os visitantes vêm procurar.

_ porra Luis, assim o culpado sou eu.

_É isso Luis, falou bem.

_Não Severino, ele esta certo, mas vivemos num mundo capitalista e todo aqui no morro vive direta ou indiretamente do sucesso desses petiscos.

_Bem; para amenizar, vou passar a receita do pai João para vocês, apreciador de uma boa carne.

_Bem; o espanhol Severino tem que sofre uma punição.

- Que isso agora?

_É Gringo, que tal começar com uma rodada de chope, acompanhado do melhor petisco do m

sábado, 20 de novembro de 2010

Inocência culpada


mãe explora
pai espanca
e a criança implora
_morte não me tarde!
com o sexo a sangrar
a porra do covarde

abençoe com a morte!
a criança não é forte!

_não sou culpado
desdenha o tarado
sem malicia que não é
criança sabe o que quer

abençoe com a morte!
a criança que não é forte!

criança pobre para brincar
criança pobre para trepar
a nossa sociedade
não quer nem saber
só acha maldade
se foder o seu bebê

abençoe com a morte!
a criança que não é forte!
abençoe com a morte!
a criaaança

Na televisão

Ao ligar a tv, deparei com uma cena cinematográfica, ao vivo, em um país não muito distante, e fiquei preocupado com a população que lá vive. Meu maior espanto foi ver aquelas cenas de guerra, e saber que eles convivem normalmente com a violência. Fiquei preocupado - e se essa violência chegar aqui? tiroteio em plena avenida a beira mar? como vamos nos comportar, já que não estamos acostumados com tal violência?

Muitos de nós não se preocupa, pois vivemos em uma nação pacífica, e não temos histórico de caso parecido, mas devemos lembrar que estamos no mundo globalizado, e não são só as noticias que chegam rápido.Troquei de emissora, buscando outras notícias, e novos casos de horror naquele país - o noticiario esportivo relatava a morte de um torcedor de futebol por espancamento, antes da partida, e a prisão de um famoso jogador, por sequestro e morte de sua namorada.

E mais uma vez, me arao trocar de canal, só notícia ruim. Agora falavam das crianças que são exploradas, e de outras usando drogas e sendo mortas em sala de aula, e o governo daquele país, de pobres coitados, não toma nenhuma atitude. Vem a minha preocupação com a nossa segurança, só em pensar que a violência está globalizada e poderá nos atingir. Nós estamos preparados? E os nossos governantes, o que farão para evitar que essa onda de violência chegue ao nosso paraíso?

Devemos aproveitar a rapidez da comunicação, e unir esforços para que essa guerra urbana não nos atinja, podíamos começar com as crianças, temos que melhorar ainda mais a educação que oferecemos e que elas merecem, para não sofrerem como nesse país não muito distante.

Luiz Claudio

reveon 2010

Ao estourar os fogos da chegada do novo ano, lembrei-me de algumas promessas, e outros acontecimentos: Vera queria perder dez quilos; A querida Monica, oito; Jorge prometeu empenho no estudo, queria passar no vestibular; Maria e seu namorado, beatos de uma seita, estavam no quarto rezando pelas nossas almas e pelo fim do mundo; eu prometia, para mim e para Sonia, que mudaria de emprego, apesar de que era com ele, que eu conseguia manter a beleza do mar e sua gostosa brisa de nossa cobertura em Copacabana.

Agora que se passaram dez anos, volto a pensar na cobertura. Não consigo lembrar o nome de nenhum morador do Edifício Beiramar. E aqui no morro da penha todos se conhecem, nos terraços se misturam os moradores e os vizinhos. Aqui, sim, é meu mundo.


Faço um balanço das promessas daquele reveon: Maria que, na época, acretidava mortalmente no fim da humanidade, agora oferece os seios para alimentar sua terceira filha, do não mais religioso marido. Jorge, depois de três tentativas, entrou para a universidade. Monica continua muito querida, só que mais pesada, vive a paparicar minha filha caçula, sua afilhada. Vera chegou a perder os quilos que prometera, mas recuperou cinco depois do sexto ano de casamento e de dois filhos. Eu... bem, vou com Sonia e os vizinhos para a quadra do “honestidade da penha”, bloco do qual sou fundador e compositor e onde minha filha mais velha é passista.